quinta-feira, fevereiro 24

Força ,


Aquele que rema, quando todos os outros estão demasiado fracos para sequer olhar para a outra margem do rio. Que rema sem parar, mesmo quando as suas próprias forças são parcas. Escondendo a sua própria tristeza, focando-se inconscientemente na tarefa de ajudar o barco a chegar a bom porto. A parte mais complicada, é esquecermos o egoísmo que é tão nosso, tão humano, e conseguirmos não pensar que também nos dói, também nos cansa, também nos estamos a afundar. É difícil, mas é isso que separa os grandes amores. É essa capacidade de nos esquecermos de nós próprios por um bem maior, de mover montanhas quando até nem nos apetece sair do sofá.
Só temos consciência que desempenhámos este papel quando, atracado o barco, deixamos cair a cabeça e nos permitimos chorar. Depois da crise passar, depois da maré acalmar. E pensamos que arranjámos forças sem saber onde. Foi no amor. No amor que sentimos e na certeza que a outra pessoa fez e faria, exactamente o mesmo se fossemos nós que não conseguíssemos remar.

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